quinta-feira, 9 de agosto de 2007

VINHA - 18





Vitor Vinha, jovem promessa do futebol português, jogou sempre na Académica. Ainda com um longo futuro futebolistico pela frente não abdicou de ingressar na Universidade. Admite ter como idolos Maniche, Zidane e Figo e espera, um dia, chegar à selecção A.




Fora de Jogo: Qual é o curso que está a tirar?
Vinha: Ciências do desporto, no segundo ano.


Fora de Jogo: Quais são as tuas expectativas em relação ao curso? Pretende exercer um dia?
Vinha: A carreira de futebolista é curta como toda a gente sabe e como tal pretendo tirar o curso para poder tirar partido dele, por isso é que estou a estudar.



Fora de Jogo: É complicado conciliar sua vida pessoal com a profissional?
Vinha: Não, há tempo para tudo. Sendo atleta de alta competição sabemos que de manhã estamos a fazer uma coisa, a estamos a fazer à tarde outra, sabemos que há tempo para tudo, é uma questão de gerir bem o tempo.



Fora de Jogo: Sempre teve o apoio da sua família para seguir a carreira de futebolista?
Vinha: Sempre tive apoio para fazer aquilo que gosto, a minha família sempre teve comigo, uma coisa que me pediram sempre foi para seguir em frente nos estudos. Depois o futebol acabou por ser uma certeza, acabei por me tornar profissional e também depois fui às selecções, fui campeão da Europa e sempre tive o apoio deles claro.



Fora de Jogo: É difícil, com a realidade do futebol português, chegar-se a profissional de futebol?
Vinha: Isto é tudo uma política dos clubes e também dos treinadores. A académica neste momento criou condições para que as camadas jovens possam ser cada vez mais competitivas e darem mais jovens jogadores ao futebol profissional. É claro que depois se chegarmos ao futebol profissional e não houver uma aposta as coisas acabam por se perder.



FDJ: A aposta nas camadas jovens é fundamental para a evolução do futebol português?
Vinha: Sim, mas penso que uma coisa é as camadas jovens, outra é o futebol profissional. Enquanto que nas camadas jovens estamos ali para aprender…no futebol profissional é tudo cobrado e exigido o rendimento máximo.



FDJ: Acompanha algum campeonato europeu ou internacional?
Vinha: O Inglês, o espanhol…um pouco o francês.



FDJ: O futebol português alguma vez consegue chegar ao mesmo nível competitivo?
Vinha:
Sim penso que sim, se as coisas começarem a serem vistas de maneira diferente. Se se começar a pedir mais futebol e menos palavras, a haver mais actos e menos palavras porque nestes campeonatos o que é privilegiado é o que se passa durante os 90 minutos. Eu penso que quando as pessoas em Portugal começarem a privilegiar o espectáculo, o futebol, penso que as coisas podem começar a evoluir de uma forma favorável.



FDJ: Qual a importância das claques/ adeptos para a prestação do jogador dentro de campo?
Vinha: São um apoio, uma ajuda importante em cada jogo para nos. É para eles que jogamos, que damos o nosso melhor e claro que todos juntos, uma união poderá fazer a força e dar resultados. Como tal é o chamado 12º jogador.



FDJ: Um jogador de futebol está sempre sujeito a ouvir bocas menos “favoráveis” durante um jogo. Como é que se sente quando isso acontece?
Vinha: Quando estamos a jogar não pensamos em mais nada, muitas vezes essas coisas passa-nos ao lado, nem sequer chegamos a ouvir porque estamos concentrados no jogo. É claro que não vejo isso de forma depreciativa mas uma coisa é o que a pessoa vê cá fora e outra é o que se passa lá dentro e como tal se um adepto fala mal ou manda uma boca tenho que continuar a trabalhar em prole da equipa e dos objectivos…tudo faz parte e temos que conviver com isso.



FDJ: Costuma acompanhar as críticas, positivas ou não, que a imprensa faz em relação ao seu desempenho?
Vinha: Tudo tem o seu peso, é claro que de vez em quando acompanho. Um dia vou ler, outro dia já não leio, não faço muito caso disso o mais importante é o que eu penso sobre o que fiz ou o que as pessoas me dizem, o que a minha família me diz e claro aqui dentro do clube.



FDJ: Ultimamente tem se falado da presença de um psicólogo. Acha que era importante como jogador ter um psicólogo a acompanha-lo quer nos bons momentos quer nos menos bons?
Vinha: Sim penso que cada vez mais se desenvolver o conceito do psicólogo no futebol. Há muita gente que vem de fora, que precisa de acompanhamento para promover uma integração, por vezes quando as coisas não nos correm bem, recorremos a alguém para nos ajudar. Penso que é muito importante e que devia cada vez mais existir no futebol mas penso que a maior psicologia, o maior tratamento, a maior ajuda é entre todos dentro do grupo e como tal se isso for forte qualquer pessoa que venha para ajudar não tem o mesmo peso.



FDJ: Qual foi o momento mais marcante na sua carreira?
Vinha: Desde que jogo futebol que tenho tido momentos que me têm marcado, destacando dois ou três momentos: quando fui campeão da Europa em 2003, porque é um título, fez parte de um feito que fica para a história e o meu nome e o dos meus colegas ficaram marcados; a estreia oficial na Super Liga quando um jovem sobe ao futebol ao profissional também é muito marcante. São momentos, acontecem, ficam para a história mas o que interessa é o momento, o presente…isso é o mais importante.



FDJ: Como jogador formado na académica, para si a Académica é um clube ou é o clube?!
Vinha:
É uma mística, é um símbolo, é um clube diferente, é um clube especial. É o meu clube e que me acompanhou desde sempre portanto, se calhar sinto as coisas de maneira diferente e sinto a camisola de maneira diferente. Mas lá está, quando entramos [no relvado] estas coisas ficam para trás e o que importa são os resultados porque dentro de campo essas coisas não interessam, não funcionam e como tal temos que dar o nosso melhor.



FDJ: Tem algum ritual antes de entrar em campo?
Vinha: Não…mas entro sempre com o pé esquerdo ao contrário de muita gente. Penso que poderá ser a única coisa que faço.



FDJ: E para o número, algum motivo em especial?
Vinha: Na altura quando me tornei profissional, era júnior e tinha acabado de fazer 18 anos. E o 18 é quando atingimos a maior de idade, que podemos tirar a carta…é um número de mudança e como tal acabei por escolher o 18.

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