quinta-feira, 9 de agosto de 2007

LINO - 16




Lino, lateral esquerdo, foi dos jogadores mais utilizados na época por Manuel Machado. Com um pontapé esquerdino forte o brasileiro, embora tenha feito a sua formação no seu pais natal, já passou por outros países da Europa como Espanha e Alemanha.



Fora de Jogo: Já esteve em vários países, foi importante para adquirir mais experiência ou, no seu ponto de vista, é a prova da vida de “saltimbanco” a que um jogador está sujeito?
Lino: É importante adquirir uma certa experiência, e passar por diversos países mas quando se chega a um pais que não há grandes diferenças de clima e alimentação, como é o caso de Portugal, não é complicada.



Fora de Jogo: Já jogou noutros países europeus onde tanto o clima, como a língua e a alimentação são muito diferentes do Brasil. A adaptação foi mais complicada?
Lino: Foi, foi mais complicada. Cheguei em Novembro a Espanha, num Inverno rigoroso, e infelizmente não havia nenhum brasileiro na equipa para me ajudar, a alimentação era muito complicada, diferente da do Brasil. Também era a primeira vez que eu saia do país então foi complicada a adaptação mas tive que ter força de vontade e de querer vencer no futebol. Na Alemanha foi muito mais complicado porque eu não falava inglês, não entendia alemão….tinha um brasileiro que me ajudava mas mesmo assim os 4/5 meses que estive lá foram complicados.



Fora de Jogo: A nível futebolístico quais são as principais diferenças?
Lino: Aqui em Portugal joga-se de uma forma completamente diferente do que em Espanha e na Alemanha. Nós defesas, temos muito mais responsabilidade atrás…temos que ter mais atenção em defender porque joga-se com 3 avançados e a atenção tem que ser a dobrar…tive que me adaptar mas graças a Deus correu tudo bem.



FDJ: Tem algum ídolo?
Lino:
Sempre gostei do Ronaldo, do Roberto Carlos. Referi-me primeiro ao Ronaldo porque ele é avançado e eu sou defesa esquerdo, temos posições completamente diferentes mas já deu muitos títulos e ao Brasil e sempre que eu entrava em campo inspirava-me nele. O Roberto Carlos porque tem a mesma posição do que eu e sempre que olho para ele tento fazer o que ele tem de melhor.



FDJ: É complicado chegar à selecção brasileira?
Lino: Sim porque há muitos jogadores brasileiros muito bons quer a jogar no Brasil quer a jogar noutros países. O que há mais hoje são avançados e laterais esquerdos, então na minha posição, há o Adriano e o Gilberto mas eu não desisto, é o meu sonho de criança e quando tiver uma chance vou aproveitar da melhor forma possível.



FDJ: Tem algum ritual?
Lino: Não, mas rezo bastante.



FDJ: O que costuma fazer quando não treina?
Lino: Passear, conhecer um pouco mais a cidade. Levar a minha filho ao parque… não faço muita coisa, fico mais por casa.



FDJ: É complicado conjugar a vida profissional com a pessoal?
Lino: É verdade, a decisão não pode ser sempre o jogador a tomar. É complicado porque a mulher também tem que opinar, o fi lho depois começa a crescer…não se cria uma raiz…é complicado tanto para o jogador como para a família.



FDJ: Quando veio para Coimbra tinha noção que a Académica era o “clube dos estudantes”?
Lino: Não, não tinha noção nem porquê o nome da Académica. Aprofundei a história aqui porque lá no Brasil só tinha assistido a dois ou três jogos.



FDJ: Sofre mais dentro ou fora do campo?
Lino: Mais fora porque vê-se a alguém errar pensa-se que se tivéssemos ali podíamos ajudar… estar de fora é muito pior.



FDJ: Como jogador estrangeiro qual é o papel do empresário na sua carreira?
Lino: Pensar no jogador, não pode pensar primeiro nele ou até no clube a nível de dinheiro. Tem que pensar no profi ssional porque o empresário hoje em dia tem o papel não só de ver um possível contrato do jogador mas também deve ligar para saber como estão as coisas e preocupar-se com ele.



FDJ: Na sua opinião, a profissão de “empresário” tem tendência a enraizar-se no futebol ou, pelo contrário, a desaparecer?
Lino: Eu acho que tem tendência a ser aniquilada, porque os empresários estão a difi cultar muito as coisas, tanto aos jogadores como aos clubes e muitos jogadores hoje em dia preferiam ter o seu próprio passe do que estar nas mãos dos empresários.

Nenhum comentário: